domingo, 29 de maio de 2011

PM prende aluno dentro da escola

CURITIBA
Publicado em 27/05/2011 | DA REDAÇÃO

O aluno do ensino médio Adalto Cruz da Luz, 19 anos, deixou na última segunda-feira a escola onde estuda, em Curi­tiba, algemado e foi encaminhado à delegacia por policiais militares. Segundo a Patrulha Escolar, que atendeu a ocorrência, o estudante do Colégio Estadual Loureiro Fernandes, no bairro Ahú, ameaçou a integridade física do vice-diretor da escola. Adalto nega e reclama de abuso de autoridade.

O vice-diretor da escola, Cle­derson Gama, diz que chamou a Patrulha Escolar após esgotar todas as possibilidades pedagógicas e que o aluno vinha apresentando comportamento “de­­sorganizador”. Ele diz que, ao ver Adalto fazendo algazarra, o chamou e anotou o comportamento em sua ficha. O jovem teria reagido com agressividade e o diretor acionou a Patrulha Escolar. Quando os policiais chegaram, o estudante estava em outra classe, de onde foi levado para a sala da direção auxiliar. Gama diz que no local o aluno se exaltou e o ameaçou.

Na saída da sala da direção auxiliar, Adalto foi algemado. Um vídeo mostra a saída do aluno, sendo conduzido à viatura. Na gravação, exibida pela RPC TV, a professora Saionara Bocalon reclama da situação. “Eu me senti agredida da forma como o senhor [o policial] entrou na sala de aula”, diz ela.

Em entrevista à RPC TV, Adalto afirmou que perdeu a paciência e chamou o vice-diretor de mentiroso e cara de pau após ele escrever “coisas que não eram verdade” na ficha. O jovem alegou ter dividido uma cela na delegacia. Disse que os policiais o deixaram nu e que seu celular foi jogado no chão pelo delegado.

O delegado Fábio Lopes Pereira, que atendeu a ocorrência, nega os fatos, mas reconhece que pode ter havido demora no atendimento devido ao volume de ocorrências. O jovem assinou termo circunstanciado e foi liberado cerca de três horas depois. O termo será remetido ao juiz que, durante audiência que deve ser marcada para julho, irá decidir se estabelece uma pena. O diretor do colégio, Amilton Costa, disse que “a escola pública tem que deixar de ser lugar ‘de tudo pode e nunca dá nada’”.

Policial civil

O vice-diretor, que é policial civil, nega que tenha havido abuso. Em nota, a Secretaria de Estado da Educação informou que é permitida a acumulação de outros cargos pelos servidores públicos, conforme prevê o artigo 37 da Constituição Fe­­deral. A secretaria informou ainda que o episódio está sendo acompanhado pelo Núcleo Re­­gional de Educação de Cu­­ritiba e que todas as providências estão sendo encaminhadas
FONTE:http://www.gazetadopovo.com.br

Nenhum comentário :

Postar um comentário