domingo, 15 de maio de 2011

Diretor do FMI é indiciado por tentativa de estupro e agressão


O chefe do FMI, Dominique Strauss-Kahn, em imagem de arquivo de janeiro de 2008
O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, um possível candidato à presidência francesa, foi indiciado por agressão sexual e tentativa de estupro contra uma camareira poucas horas depois de ser detido em um aeroporto de Nova York. Strauss-Kahn, 62 anos, "foi indiciado por agressão sexual, retenção ilegal e tentativa de estupro de uma mulher de 32 anos em um quarto de hotel em Nova York", anunciou neste domingo Ryan Sesa, porta-voz da polícia do Harlem (norte de Manhattan).
O número um do FMI está na delegacia do Harlem, para a qual foi levado no sábado à tarde depois de ser detido quando estava em um avião que o levaria de volta à Europa. Strauss-Kahn comparecerá neste domingo a uma audiência.
O socialista francês, grande favorito nas pesquisas para enfrentar o presidente conservador Nicolas Sarkozy nas eleições de 2012, foi retirado no sábado de um voo da Air France no Aeroporto Internacional John F. Kennedy minutos antes da decolagem. Strauss-Kahn recebeu no sábado à noite a visita de um diplomata francês, amparado pela proteção consular que a França oferece a todos os seus cidadãos.
Philippe Lalliot, cônsul geral em Nova York, visitou Dominique Strauss-Kahn, informou o porta-voz do ministério francês das Relações Exteriores, Bernard Valero. "A embaixada da França e o consulado em Nova York estão mobilizados. Estamos em contato com o FMI e as autoridades americanas", afirmou o porta-voz. A líder do Partido Socialista francês, Martine Aubry, afirmou ter ficado "estupefata" com a detenção de Dominique Strauss-Kahn.
"As notícias que nos chegam de Nova York desde a noite de ontem parecem, evidentemente, um trovão. Estou, como todo mundo, totalmente estupefata", declarou Aubry, prefeida de Lille, cidade do norte da França. "Peço a todos que esperem a realidade dos fatos e respeitem a presução de inocência", completou, visivelmente abalada.
O jornal New York Times informou que detetives da polícia da cidade estavam investigando uma "brutal agressão a uma funcionário do hotel Sofitel de Nova York". A mulher seria uma camareira do estabelecimento, segundo o NYT. Em Washington, o FMI não comentou a notícia.
Segundo um funcionário do Aeroporto Internacional John F. Kennedy, "o senhor Strauss-Kahn foi retirado de um voo da Air France por funcionários da Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey e entregue a policiais de Manhattan". "Foi acusado de agressão sexual contra uma camareira de um hotel de Times Square no dia de hoje, mais cedo", revelou o funcionário.
Strauss-Kahn é uma das principais personalidades políticas da França e provável candidato do Partido Socialista às eleições presidenciais de 2012. O diretor-gerente do FMI foi retirado da primeira classe do voo 23 da Air France momentos antes da decolagem para Paris. Os agentes tomaram a iniciativa a pedido da polícia de Nova York.
O mandato de Strauss-Kahn à frente do FMI termina oficialmente em setembro de 2012, vários meses após a data das eleições presidenciais na França, mas o meio político francês apostava na renúncia de "DSK" para disputar a liderança do país contra o presidente Nicolas Sarkozy.
Strauss-Kahn deveria participar na próxima segunda-feira de uma reunião de ministros das Finanças da Zona Euro, em Bruxelas, e planejava discursar na quarta no 12º Fórum Econômico de Bruxelas, evento organizado pela Comissão Europeia. Strauss-Kahn foi nomeado diretor-gerente do FMI em setembro de 2007, para realizar uma profunda reforma na instituição

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